terça-feira, 20 de maio de 2008

Cabelos sem fronteiras

Cabelos políticos, cabelos jurídicos, cabelos teatrais, cabelos cinéfilos, cabelos desportivos, cabelos simples ou esculturais em cabeças com diferentes ideais. Desde a banca ao governo, desde a televisão à economia, são muitas e diferentes as cabeças que se oferecem à criatividade e savoir-faire dos cortes certeiros dos mestres do Cabeleireiro Milénio, bem no centro da cidade de Lisboa.
Nelson Santana descobriu os seus dotes com apenas 15 anos, num pequeno cabeleireiro de Queluz, mas mudou-se para Lisboa, onde abriu o Milénio, no final do século XX, com o seu sócio, Amândio Costa, que leva mais de trinta anos de profissão. A equipa estende-se a João Franco e Fernando Reis e tem uma clientela que cresce à velocidade dos cabelos mais rebeldes.
Todos os dias de cortes e penteados trazem clientes especiais a um espaço que entrança o moderno e o clássico, num estilo italiano virado para a funcionalidade e o conforto elegante. Recebe figuras públicas e privadas, conhecidas ou discretas, à procura dos cuidados dos cabeleireiros do Milénio.
Nelson corta o cabelo de Paulo Portas há mais de 25 anos. O corte do procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, está a cargo do Fernando, vai para trinta anos. O cinema está nas mãos de João, que enquadra o cabelo de António Pedro Vasconcelos, há já pelo menos duas décadas, e Amândio dedica-se ao comendador Horácio Roque desde 1996, mais coisa menos coisa.
Há nove anos que os cabeleireiros do Milénio acompanham a evolução de uma cidade cosmopolita, cada vez mais fulgurante e atraente, e trabalham com profissionalismo e dedicação para aperfeiçoar a aparência pessoal dos seus clientes. Eles sabem que “hoje em dia, os homens estão cada vez mais preocupados com a sua imagem” e o cabelo é uma moldura que pode realçar ou adoçar as particularidades da pintura discreta ou radiosa que é uma cara. Curtos, médios ou compridos, todos os cortes lhes exigem rigor e, muitas vezes, criatividade. Uma profissão “privilegiada”, com futuro garantido que desconhece fronteiras de ideais e convicções, num espaço onde o corte do cabelo é a palavra de ordem dominante.

In: Revista FrontLine, n.º 2, Junho 2008
Maria Teresa Loureiro

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