quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Paris, a Capital do Charme

Conhecida como a Cidade das Luzes, Paris é a capital do charme e do romantismo; acolhedora para quem pretende desfrutar de uma ampla oferta cultural e gastronómica ou apenas percorrer os seus “boulevards” apreciando a beleza da arquitectura e a paz dos parques e recantos acolhedores.
Hoje é difícil de imaginar, mas quando foi conquistada pelos Romanos, em 55 a.C., não passava de uma pequena aldeia de pescadores na Ile de la Cité, habitada pela tribo dos Parisii. Os Romanos fizeram a cidade crescer para além de ambas as margens do rio Sena, mas só quando foi tomada pelo Francos, tornando-se a capital do reino, é que recebeu a designação de Paris. No Iluminismo, o poder e a riqueza do reinado de Luís XIV transformaram a cidade num pólo cultural incontornável. Após a revolução de 1789, que acabou com o poder real, Napoleão Bonaparte, autoproclamado imperador de França, propôs-se transformar Paris no centro do mundo, e, de algum modo, conseguiu-o. A ocupação nazi, durante a Segunda Guerra Mundial, desferiu-lhe golpes impiedosos, mas a força criativa e cultural da cidade manteve-se inabalada.
Símbolo da paisagem parisiense, a imponente Torre Eiffel, construída em 1889 por Gustav Eiffel, ergue-se a 320 metros de altura, permitindo ter uma vista previlegiada sobre a cidade. Este pode ser o local ideal para começar uma visita a Paris e delinear o percurso que mais se adeqúe à disponibilidade e curiosidade de cada um.
Nos Champs Elysées, a avenida mais famosa da capital francesa, as lojas de estilistas famosos, como Chanel, Christian Lacroix, Cartier, Balenciaga, Christian Dior, Gucci, Hermés, os cinemas e os cafés atraem turistas e parisienses que anseiam por se manter a par das últimas tendências da moda. O Arco do Triunfo, na praça Charles de Gaulle (Étoile), construído em 1836 por Napoleão para celebrar as suas vitórias, é actualmente ponto de partida para celebrações e desfiles que assinalam datas importantes; a sua plataforma panorâmica oferece uma vista sobre os Champs Elysées, de um lado, e no lado oposto, uma prespectiva do moderno centro empresarial de La Défense.
Passear no Sena, nos famosos bateaux mouches, é uma óptima oportunidade de olhar a cidade de uma perspectiva diferente e, também de apreciar as muitas pontes que ligam as margens do rio, entre as quais se destacam: a ponte des Arts, a primeira ponte de ferro francesa, construída em 1804, a ponte Alexandre III, a mais ornamentada de Paris, que liga o Grand Palais e o Petit Palais ao Dôme des Invalides, entre mais de uma dezena de outras.
No coração da pequena Île de la Cité ergue-se, majestosa, a catedral de Notre Dame de Paris, cuja construção teve início em 1163 e só terminou em 1330. Dos 167 anos de trabalhos que envolveram milhares de arquitectos e artesãos resultou uma obra-prima do Gótico que continua a exercer um fascínio sobre quem a visita. Os seus belos vitrais e pinturas, as suas torres e estátuas de grotescas criaturas (gárgulas) que parecem espiar a cidade, são um marco na história e na paisagem da cidade.
Noutro ponto, no topo da montanha de Montmartre, a Basílica de Sacré-Coeur impõe-se com o seu campanário, que alberga um dos sinos mais pesados do mundo, e com a cor branca, imune às poeiras do Verão e às chuvas de Inverno. Fruto do cumprimento de um voto religioso de dois empresários franceses, a Basílica foi erigida entre 1875 e 1914, como agradecimento por Paris ter sido poupada à invasão prussiana.
A capital francesa tem jardins e parques para todos os estados de espírito e temperamentos; o Bois de Boulogne e o Bois de Vincenes envolvem a cidade e são lugares ideais para descansar e apreciar a beleza colorida da vegetação e o perfume delicado das variadas flores. O Jardin du Luxemburg, bem no centro da cidade, é o melhor refúgio para quem quer fugir por momentos à vida animada do Quartier Latin, ou para quem apenas pretende pôr a leitura em dia e fazer uma pausa para pensar.
O Quartier Latin, no lado direito do rio Sena, continua a ser o centro da vida social da cidade; livrarias, como a famosa Shakespeare & Co, na Rue de la Bûcherie, cafés, cinemas e clubes de jazz são algumas das propostas deste antigo bairro repleto de História e de histórias. Passear por Saint Michel e Saint Germain é passear por uma parte importante do legado político e cultural do século XX. Duas visitas aconselhadas: o museu de Cluny que alberga uma das mais importantes colecções de arte medieval do mundo, e o Panthéon, construído na época de Luís XV, onde estão sepultados Napoleão, Voltaire, Rousseau, Victor Hugo, Émile Zola, entre outros.
Paris é, ainda um paraíso para quem gosta de museus. O grandioso Louvre, entre o rio Sena e a Rue Rivoli, foi construído em 1190 como fortaleza contra os ataques dos Vikings. Depois de quatro séculos e de várias reformas, inclusive a polémica pirâmide de vidro, o Louvre alberga algumas das colecções mais importantes do mundo; Rembrand, Rafael, Leonardo da Vinci, são alguns dos atractivos que tornam a sua visita obrigatória. Indispensável, também, é dedicar um dia ao Musée d’Orsay, antiga estação de comboios transformada em lugar de culto para quem gosta dos impressionistas. Obras de Rodin, Monet, Gaugin, Renoir, etc. outrora expostos no pequeno Musée Jeu de Pomme podem agora respirar neste espaço amplo e repleto de luz.
O Museu Picasso, situado num antigo hotel do século XVII, no Marais, reúne obras do maior pintor do século XX. Tem cerca de 350 desenhos, aguarelas, pastéis, guaches, e um bonito jardim com esculturas.
O Centre Pompidou, em Beaubourg, com a sua arquitectura “high-tech”, inspirada na arquitectura industrial e nas novas tecnologias, parece um edifício saído do futuro. Este Centro de acontecimentos culturais, baptizado em homenagem a Georges Pompidou, é famoso pelo seu Museu de Arte Moderna, que cobre a arte do século XX, do Fauvismo e do Cubismo ao Abstracto do pós-guerra e às instalações de vídeo. Vale a pena uma visita ao restaurante na cobertura do edifício.
Uma referência breve ao Parc de la Villette; com os seus 25 hectares recuperados a um antigo matadouro, é o maior parque urbano de Paris e a segunda maior área verde, depois do Cemitério do Père-Lachaise. Dedicado à Música e à Ciência, o Parc de la Villette é, também, conhecido como a Cité des Sciences et de l’Industrie.
À noite Paris renasce como uma das mais românticas cidades do mundo, é a altura dos concertos, das dicotecas, das peças de teatro, ou, tão-somente a hora ideal para apreciar um bom vinho e as famosas iguarias da gastronomia francesa na companhia de alguém especial.
Publicado in: Revista Unforgettable

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